segunda-feira, julho 14, 2014

Estar viva...no Alive...

(Por a tocar...e depois ler...com banda sonora...)

Do espaço fez-se multidão. Apertados no escuro, vendo a cada momento menos lugar para respirar,embriagando-nos nos cheiros, de fumo, de gente, de comida e de bebida, no cheiro adocicado da expectativa.

Já disse antes, um concerto daqueles que se espera, que se ansiou ao longo do tempo pode transformar-se numa espécie de comunhão, entre todos os que estão a senti-lo e quem está no palco.

Comunhão destas vi poucas.... The National na Aula Magna nos idos de 2008... Chet Faker no sábado no Alive.

É nesse momento que sabes que é algo de especial. Quando todas as coisas estão na dose certa dentro da tua cabeça, quando à tua volta o mundo se move a um ritmo que podes acompanhar. Quando a temperatura ambiente se sente na pele como um beijo abafado de gente, saturado mas viril. Quando não tens espaço, mas o espaço não faz falta ao entusiasmo, e quando toca o primeiro acorde e o publico se levanta em coro, o mundo transforma-se nesse espaço transcendente, onde realmente a musica funde todas as partes do teu corpo numa peça só. (Nin, A.).

Podes fechar os olhos ai e continuar a ver, o show de luz e cada decibel debitado pela coluna é um pulsar de sangue nas tuas veias, um pulsar conhecido a cada estrofe que podes cantar de memória.
Tu e a expectativa consumada, a bombear no teu corpo por um coração emocionado.

Uma e outra vez. Mudando ao ritmo, a cada voz forte, quando chega AQUELA musica.

Um concerto é isto. A mim sabe-me a isto. A estar viva, muito mais viva uma e outra vez que o meu sangue circula a ritmos diferentes crescendo, expandindo, criando memória na minha mente. 

Fugindo mais uma vez da fealdade....procurado o belo. Porque se há A Grande Beleza...é estar vivo e sabe-lo!

1000....

Este é o post mil....73 dos quais não passaram do rascunho. São linhas perdidas, textos que eu achei que podia escrever, mas não podia.

Porque os textos, juntar as palavras certas, aquelas que traduzem a sério uma emoção, não são inventados, são sentidos. São vividos.

Feliz por viver pela segunda vez as coisas aqui... desde 2006...