Imaginava os dias, uns a seguir aos outros como pessoas esperando numa fila. Cada um sendo único e especial.
Cada dia tendo vontades, desejos e necessidades. Cada dia sendo individuo carregado de personalidade. Um dia, sendo recordado. Uns mais especiais que outros e no meio de tantos dias, aquele dia que nunca se poderá esquecer.
Dez anos de dias apresentando-se numa fila. Desfilando perante si. Sorrindo ou chorando, sendo maravilhosos e memoráveis ou odiosos e para esquecer.
Todos esses dias. Únicos e insubstituíveis. Partilhados. Uma história escrevendo-se a duas mãos.
Esses dias seus conhecidos. Dez anos de dias, onde foram felizes e tristes e amaram e gritaram e se feriram e falharam e venceram e fizeram brilhar o mundo.
Num desses dias algo quebrou...continuava sem o reconhecer. Esse dia infame...
E agora todos os dias são perfeitos estranhos para si.