Em Portugal, uma criança que tenha nascido NO dia do 9/11 poderá
votar nas eleições legislativas de Outubro.
Nesse dia eu tinha 17 anos e procrastinava enfastiada no
sofá à espera do início do ano lectivo. Vimos aquilo na TV em directo e
marcou-nos a ferros quentes, a angústia nunca mais nos largou.
Agarrou-nos antes da angústia de ser adulto, antes do aquecimento global passar a ser a crise climática e a angustia do tédio existencial se transformar no vazio de não sabermos o que será o mundo com mais 2ºC.
Os anos que se seguiram e que se continuam a suceder levam-nos para longe do conforto, da segurança da prosperidade.
Agarrou-nos antes da angústia de ser adulto, antes do aquecimento global passar a ser a crise climática e a angustia do tédio existencial se transformar no vazio de não sabermos o que será o mundo com mais 2ºC.
Os anos que se seguiram e que se continuam a suceder levam-nos para longe do conforto, da segurança da prosperidade.
Ficámos para sempre em alerta. Quebrou-se a confiança no futuro.
São apenas 18 anos. Neles a guerra do Iraque, a Internet, as redes sociais, a crise dos
media, o tsunami do Índico, a crise do subprime, mais ataques terroristas. A fome na Venezuela, o êxodo de África afogado no Mediterrâneo, os fogos fatais em Portugal, os glaciares a
descongelar e o mar a subir, o Ébola, as árvores na Amazónia a tombar
de todas as formas e duas décadas adentro
do século XXI, continuamos angustiados.
Perdemos a inocência num dia de Setembro.