Às vezes avalio a Vida e sinto-a como alguém que chegou tarde
à festa. A festa foi linda, ainda a podemos sentir. Molhar os lábios no vinho
fresco, pisar a pista de dança e sentir a brisa da noite. A festa foi linda,
mas rapidamente se acenderam as luzes e ficaram para trás apenas os despojos. E nós,
acordámos no outro dia entorpecidos por uma ressaca de pouca, mas má bebida. Confusos porque perdemos algo que não chegámos
a ter e a festa não se repetirá.
Como as promessas incumpridas, adiadas e depois esquecidas.
A vida para a minha geração, é isso. Uma chegada tardia à festa e ainda temos o
lixo por despejar.
Lembro-me de se adolescente e imaginar a vida adulta. Iríamos ser pessoas frugrais cujas compras de fim de dia se resumiriam a uma garrafa de vinho e a um queijo e que depois do after work voltaríamos para casa com fatos envoltos em plástico de lavandaria. Iríamos correr o tempo todo entre malas meio feitas, viajar. Ascender.
O depois seria sempre melhor que o agora.
A sorte protege os audazes e todas as merdas que disseram quem nasceu nos anos 80...