quinta-feira, maio 17, 2007

Lisboa...


Ontem sai do trabalho na zona de Marvila decidida a encontrar um caminho mais confortável para chegar até à Graça ao fim da tarde onde três vezes por semana tenho aulas.
Seguindo as indicações do meu pai (muito entendido nestas matérias!), segui em direcção a Xabregas, passei por detrás da estação de Santa Apolónia, virei à direita junto ao Colégio Militar e lá fui eu subindo por ruas inclinadas de calçada/alcatrão (conforme lhes dá jeito, ainda não percebi). Tudo corria bem até que esta cabecinha, chegada a uma rua, que até é minha conhecida, mas que vista de outra perspectiva me deixou baralhada, em vez de subir desci. Quando dei por mim andava perdida na encosta do castelo de São Jorge entre a calçada da Graça e outro mundo qualquer.
Até achei divertido, quando tenho tempo faço umas “visitas de estudo” deste género.
Mas a minha alma ficou estupefacta com o cenário que se abriu.
Haverá no resto da Europa alguma capital tão degradada e tão degradante como Lisboa?
Prédios decadentes prontos a desabar, ruas esburacadas onde a tão tradicional calçada portuguesa é agora uma estranha mistura entre bocados de cimento, pedaços de alcatrão, velhos paralelos gastos e escorregadios. A viagem pelas ruas deu-me a sensação de estar numa favela brasileira.
Tenho pena! Acho tão catita aquela zona da cidade, tão banhada de sol, com um misticismo tão seu. Mas esta visão acaba quando se sai do miradouro e se desce pela encosta.
Depois de alguns meses a frequentar o Cais do Sodré, de prédios imponentes e de ruas largas bem ao estilo do Marques de Pombal, nas quais o melhor é não olhar para cima, pois ao fazer isso apercebemo-nos que a partir do 1ºandar, qualquer um daqueles prédios não passa de um esqueleto de outros tempos pronto a desabar, e agora com esta incursão pela zona mais alta de Lisboa só posso tirar uma conclusão.
Lisboa está decrépita! A precisar de outro terramoto com certeza.
È pena que os turistas que vêm de fora levem como recordação fotografias de escombros. E ainda mais quando se prevê que o turismo na zona de Lisboa vai crescer mais nos próximos anos do que em qualquer outra zona do pais.
Talvez fosse altura de reduzir o perímetro visitável ao parque das nações e outras zonas afins.
Não vá qualquer dia desabar um prédio em cima de um grupo de turistas ingleses. Já viram as páginas de jornal que uma coisa dessas dava nos dois países?!
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Estava eu aqui a dissertar sobre o estado caótico das zonas antigas da cidade, quando recebo um telefonema.
Hoje não há aulas, a minha escola a Academia, recentemente mudada para um prédio a 20 metros do miradouro da graça foi assaltado ontem à noite.
Bem, está o cenário a ficar bem melhor não está!!

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