Respira-se fundo quando sentimos que uma prova foi superada, que aquele momento que esperávamos e principalmente temíamos passou sem mácula pela nossa vida.
Porque sofremos antecipadamente? Qual a necessidade fisiológica deste mecanismo rocambolesco que nos faz inventar cenários onde tudo que pode acontecer de mau acontecerá?
Auto-protecção? Instinto? Sistema de alerta?
Ou apenas sofrimento desnecessário perante uma coisa que ainda nem aconteceu… Mas que até pode acontecer.
Quando saímos desta espécie de torpor, desta letargia esgotante percorremos o nosso mundo. A percepção da fragilidade das nossas bases, a consciência do que um mero abalo pode fazer à nossa rotina diária, a simples certeza de que a nossa realidade é demasiado efémera, demasiado dependente de factores externos a nós, entramos num outro torpor.
Afinal continua a não estar apenas nas nossas mãos.
O controlo. Esse poder total sobre os nossos dias perde-se ainda, dilui-se em demasiados preceitos, sentidos de obrigação, coisas que não querendo afinal não devemos deixar de fazer.
Aceito, nunca aceitei enquanto crescia.
A liberdade perde-se ainda mais com o passar do tempo. Deixa de existir…
Não chegou a mim como eu pretendia.
1 comentário:
Belo texto!
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