Mais um Noir . A femme fatale, o ingénuo que acredita naquele rosto inocente e um fim inesperado. Um preto e branco delicioso de Otto Preminger, com Robert Mitchum mais uma vez a espalhar charme pelo ecrã.
Que bom deve ter sido ir ao cinema no inicio da década de 50….
Wonder Boys é mais um filme da teoria do caos. Onde se experimenta a ideia de que para a vida mudar para melhor talvez seja necessário mete-la na centrifugadora, carregar no botão três vezes e depois começar de novo com os pedaços que sobrarem inteiros.
Papel improvável do menino homem aranha (Tobey Maguire, que já me tinha surpreendido no The Good German), um Michael Douglas mais velho e abatido do que de costume e um Robert Downey Jr. Igual a si mesmo.
Destes, talvez o melhor filme. Porque a sua história é tocante. Porque as personagens são complexas e atormentadas e porque existe uma sensibilidade extrema na composição das imagens.
É deliciosamente datado e identificado com a época em que foi feito.
Este filme é a prova de que um excelente livro como é a Mancha Humana de Philip Roth, não origina obrigatoriamente um bom filme. Poderia até ter originado, não fosse a pobre composição das personagens, os erros cronológicos e a omissão do papel no desenrolar da acção, de personagens tão importantes como Delphine Roux.
Flashbacks desajustados na narrativa completam o quadro. O que poderia ser uma obra grandiosa e atravessar várias décadas da história dos E.U.A. e das suas convulsões sociais, transformou-se num telefilme no qual se destaca a relação entre um homem já na terceira idade com uma mulher muito mais nova e destruída, quando no livro esse é apenas o mote para uma história muito mais vasta e complexa.
Sem dúvida a minha grande desilusão cinematográfica dos últimos tempos.
1 comentário:
A parte final do Trust: se confias em mim, deixa-te cair...
É linda...
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