Depois de ter decidido deixar de fumar, o balanço continua a ser positivo.
Mas só o é porque encontrei outro vicio. Em vez de fumar corro.Várias vezes por semana. Vários quilómetros numa corrida contra mim. Contra a vontade de fumar que a ansiedade às vezes trás. Contra os quilos que não quero ganhar e contra a vontade de desistir e ficar-me pelo confortável.
Cada metro que consigo correr a mais é uma vitoria, cada minuto que aguento a mais não pode ser perdido no próximo treino. É uma prova em crescendo sempre e que só depende de mim.
Só depende da minha capacidade de sofrer e tirar grande partido desse esforço.
E para aqueles que não conseguem dar o primeiro passo, só posso concluir que o primeiro passo custa sempre, todos os dias, todas as corridas. Mas que poucos prazeres se comparam ao fim de um treino bem suado. Em que o nosso corpo se resigna a um cansaço merecido e todos os nossos sentidos estão despertos para um mundo em ebulição.
Pena que o Verão esteja a acabar e as corridas de fim de dia estejam a ficar mais curtas.
Portalegre não é propriamente uma pista suave para desportistas. É um desafio constante de subidas e descidas acentuadas.É um labirinto de ruas estreitas e de passeios inexistentes.
Não me apetece nada voltar ao ginásio confinado a quatro paredes e a um mar de gente.
As minhas corridas são um momento de higiene mental, necessariamente momentos de silêncio e solidão...
Devia ser horário de Verão o ano inteiro.
Caminho para a confirmação de que devia ter nascido num pais tropical.
Temperaturas sempre a cima dos 25º e por-do-sol só depois das 20h.
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