Indicador estranho esse, o Tempo. Mais do que as estações do ano que mudam, do que as paisagens em constante transformação. Muito mais do que a nossa condição precária no ponto da vida em que nos encontramos. O tempo, o tempo que passa pelos outros.
O tempo que passa pelo rosto da nossa mãe, ou dos anos que se adiantam no calendário dos nossos irmãos.
O ar abatido dos tios. A decadência final dos nossos avós.
Esse tempo.
Esse tempo que nos confronta de rompante, num tarde de inverno, num almoço de família em que nada mais está no sítio, ninguém mais aparenta ser como era. Um dia, esse tempo silencioso torna-se gritante.
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