Os livros que nos falam de locais conhecidos provocam um misto de sentimentos. Por lado, reconhecemos os cantos da casa, por outro afecta-nos que esses cantos não sejam tão perfeitos vistos de outros ângulos.
Rui Cardoso Martins com certeza sabe do que fala quando fala da sua terra. No entanto, a sua terra não é já esta onde eu vivo.
Reconheço-a nas entrelinhas, nas ideias peculiares, na sua originalidade provinciana.
Mas infelizmente já nem isso é como era.
O fio condutor da narrativa é essa sombra, o suicídio. As mil histórias delirantes que existem por aqui, nestas terras onde o vento suão enlouquece as pessoas nas noites secas de verão.
O suicídio como banalidade, como solução, como piada entre gerações, o suicídio por engano ou como filosofia de vida.
História peculiar, caricata por vezes e até incomoda para aqueles que se reconhecem nas entrelinhas.
Vale a pena ler, nem que seja para perceber o quanto evoluímos.
1 comentário:
Vou apontar a sugestão :)
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