“O Fundo das Nações Unidas para a População prevê que já no próximo ano mais de metade da população mundial esteja a viver nos grandes centros urbanos.”
Sinceramente não quero fazer parte desta estatística, nem deste trânsito arrepiante, deste stress constante, desta sensação de perda de tempo, porque o tempo aqui passa a correr e são horas rápidas, vazias que se poderiam preencher de tantas maneiras…Este fim-de-semana fiz uma viagem linda, atravessei todo o Alentejo até Beja, zona que será talvez o Alentejo na sua versão mais genuína, onde as pessoas não tem qualquer tipo de constrangimento em mostrar a sua acentuada pronuncia e onde o gerúndio se usa só porque sim, porque há tempo, há tempo até para se escolher as palavras para falar. Por esta altura do ano encontrei um Alentejo pintalgado de campos de girassóis, de campos vastos de trigo e matas ainda verdejantes. Passei por várias terrinhas simpáticas de casas baixas brancas e de faixa azul onde as pessoas se sentam á porta a ver passar os carros e a aproveitar os últimos raios de sol do fim de tarde, enquanto as crianças correm descalças ou andam de bicicleta no terreiro em frente a casa, sem pressas, sem medos. Simples.
Depois ontem estive em Grândola, no nosso monte perdido no meio de eucaliptos e pinheiros, onde ao fim da tarde cheira a horta acabada de regar e a gasóleo dos motores de tirar agua, onde no pico do verão às três da tarde parece que o tempo parou e onde conseguimos ver as ondas de calor que pairam sobre a areia que ferve.
Descalcei-me. Adoro andar descalça no monte, sujar os pés na areia sentir as ervas, andar com cuidado evitando as pedrinhas e a carumba dos pinheiros.
Fui ver as abóboras que crescem já no meio das folhas grandes que se espalham por debaixo das oliveiras, fui cuscar o ninho dos pombos que tem um novo residente ainda com penas acastanhadas e um ar amedrontado, fui espreitar debaixo das laranjeiras à procura da gata Mia e lá estava ela, esperta, ligeira e empoeirada, feliz. Saltitante e cheia de vontade de levar miminhos e festas.
Assim passei a tarde, uma tarde cheia de sensações, de coisas tão simples sempre com a companhia boa do colinho da minha mãe.
Simples.
Hoje estou aqui. Sinto uma sensação se sufoco enorme, como se no meio desta enorme selva urbana não houvesse espaço para eu respirar.
Pensei que poderia habituar-me a uma vida urbana e cosmopolita, que talvez com o passar do tempo as coisas fossem ficando mais suportáveis. Mas o tempo a passar só acentua todas as coisas que eu detesto na cidade e faz-me sentir ainda mais saudades de todas as coisas que eu adoro na vivência que se tem numa terra pequena e simples.
Talvez seja essa a razão, porque lá as coisas são simples, porque no fundo é só o que quero, que a minha vida seja simples de viver, simples de apreciar, simples de sentir.
Simples e feliz…
Sinceramente não quero fazer parte desta estatística, nem deste trânsito arrepiante, deste stress constante, desta sensação de perda de tempo, porque o tempo aqui passa a correr e são horas rápidas, vazias que se poderiam preencher de tantas maneiras…Este fim-de-semana fiz uma viagem linda, atravessei todo o Alentejo até Beja, zona que será talvez o Alentejo na sua versão mais genuína, onde as pessoas não tem qualquer tipo de constrangimento em mostrar a sua acentuada pronuncia e onde o gerúndio se usa só porque sim, porque há tempo, há tempo até para se escolher as palavras para falar. Por esta altura do ano encontrei um Alentejo pintalgado de campos de girassóis, de campos vastos de trigo e matas ainda verdejantes. Passei por várias terrinhas simpáticas de casas baixas brancas e de faixa azul onde as pessoas se sentam á porta a ver passar os carros e a aproveitar os últimos raios de sol do fim de tarde, enquanto as crianças correm descalças ou andam de bicicleta no terreiro em frente a casa, sem pressas, sem medos. Simples.
Depois ontem estive em Grândola, no nosso monte perdido no meio de eucaliptos e pinheiros, onde ao fim da tarde cheira a horta acabada de regar e a gasóleo dos motores de tirar agua, onde no pico do verão às três da tarde parece que o tempo parou e onde conseguimos ver as ondas de calor que pairam sobre a areia que ferve.
Descalcei-me. Adoro andar descalça no monte, sujar os pés na areia sentir as ervas, andar com cuidado evitando as pedrinhas e a carumba dos pinheiros.
Fui ver as abóboras que crescem já no meio das folhas grandes que se espalham por debaixo das oliveiras, fui cuscar o ninho dos pombos que tem um novo residente ainda com penas acastanhadas e um ar amedrontado, fui espreitar debaixo das laranjeiras à procura da gata Mia e lá estava ela, esperta, ligeira e empoeirada, feliz. Saltitante e cheia de vontade de levar miminhos e festas.
Assim passei a tarde, uma tarde cheia de sensações, de coisas tão simples sempre com a companhia boa do colinho da minha mãe.
Simples.
Hoje estou aqui. Sinto uma sensação se sufoco enorme, como se no meio desta enorme selva urbana não houvesse espaço para eu respirar.
Pensei que poderia habituar-me a uma vida urbana e cosmopolita, que talvez com o passar do tempo as coisas fossem ficando mais suportáveis. Mas o tempo a passar só acentua todas as coisas que eu detesto na cidade e faz-me sentir ainda mais saudades de todas as coisas que eu adoro na vivência que se tem numa terra pequena e simples.
Talvez seja essa a razão, porque lá as coisas são simples, porque no fundo é só o que quero, que a minha vida seja simples de viver, simples de apreciar, simples de sentir.
Simples e feliz…
Sem comentários:
Enviar um comentário