Foi um ano difícil.
Houve muita distância. Muitas viagens pelo caminho.
Houve dias em que a esperança se esvaia de dentro de mim e eu achei que não ia conseguir. Houve outros em que algo dentro de mim brilhava como um sol e me deu força para continuar a cumprir a minha pena, a pena que me foi destinada pela minha inconsequência porque tive medo e dúvidas e insegurança, porque não fui capaz de lutar, nem de escolher o caminho mais difícil que afinal era o mais fácil… o medo tolda-nos, impede-nos de viver.
Houve o curso de escrita criativa, houve o festival de Sines e o cruzeiro no mediterrâneo. Houve Andrew Bird no São Jorge e Micah P. Hinson no Santiago Alquimista. Tantos outros no CAEP, sempre algo a acontecer.
Houve o maior período de tempo na minha vida em que vivi com a minha irmã, incrível não é?
Só depois de crescidas conseguimos estar na mesma casa mais que um mês, mais que umas férias grandes ou os dias perdidos da nossa infância. Foi bom, poderia ter sido melhor, poderia ter apreciado melhor cada dia, poderíamos ter feito tantas coisas que ficaram por fazer, tantas outras por dizer.
Mas os dias são curtos para quem tem o coração noutro lugar e sonha sempre com a viagem a seguir. Ficou a certeza que nos falta muito para nos conhecermos, muita coisa de irmãs para partilhar.
Depois a volta. A CASA, à minha casa. A tudo o que aqui me pertence e me preenche o coração.
Tudo foi difícil em 2007. Tantas decisões difíceis, crises familiares, períodos em que não soube o que fazer comigo.
Mas estou de volta. Com tudo de difícil que isso possa implicar.
Com as viagens ao contrário, com o emprego menos auspicioso, com as dificuldades que isso me trás.
Estou de volta e tenho o coração confortado, nem sempre é fácil viver, decidir, construir, avançar.
Não é fácil, mas neste novo ano não estou mais sozinha.
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