Crise, FMI, inflação, juros, despesa pública, cortes salariais, agências de rating, títulos de dívida, mais cortes e mais uma enxurrada de outras palavras assustadoras e pesadas que nos entram pela casa adentro dia após dia e provocam em mim, uma espécie de síndrome de crise. Quase como uma doença corrosiva que se vai transformando em coisa crónica, desmotivante, desmoralizadora e que a longo prazo desactivará todas as nossas competências para acreditar numa saída possível deste buraco em que estamos.
Com o tempo porém, as palavras já desprovidas do seu significado pela repetição exaustiva, transformar-se-ão apenas nisso, palavras sem significado e a vida voltará ao normal.
Arrastaremos um pé para a frente do outro, sentaremos à mesa para comer uma refeição talvez menor e respiraremos de alivio quando a curva no ecrã deixar de ser vermelha e apontar de novo para cima.
Não é afinal assim que funciona?
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