terça-feira, fevereiro 15, 2011

Anatomy of a Murder (1959)

Parnell Emmett McCarthy: Twelve people go off into a room: twelve different minds, twelve different hearts, from twelve different walks of life; twelve sets of eyes, ears, shapes, and sizes. And these twelve people are asked to judge another human being as different from them as they are from each other. And in their judgment, they must become of one mind - unanimous. It's one of the miracles of Man's disorganized soul that they can do it, and in most instances, do it right well. God bless juries.


Parnell Emmett McCarthy: [eyeing an empty liquor bottle] You fought this soldier by yourself. You've been drinking alone, Paulie. I don't like that.
Paul Biegler: Drop the stone, Counsellor. You live in a glass house.
Parnell Emmett McCarthy: My windows have been busted a long time ago, so I can say what I please.

Paul Biegler: Mr. Paquette, what would you call a man with an insatiable penchant for women?
Alphonse Paquette: A what?
Paul Biegler: A penchant... a desire... taste... passion?
Alphonse Paquette: Well, uh, ladies' man, I guess. Or maybe just a damn fool!
[laughter in the courtroom]
Judge Weaver: Just answer the questions, Mr. Paquette. The attorneys will provide the wisecracks.

Para quem acha que os rótulos definem as obras, este Anatomy of a Murder tem um pomposo: o de melhor drama de tribunal de sempre.

Nomeado para 7 Óscares na cerimonia da Academia de 1960 - Ano em que Ben-Hur ganhou 11 dos 12 Óscares para que estava nomeado entre eles para Óscar de Melhor filme e de melhor Actor, com James Stuart nomeado pela interpretação do Paul Biegler, um advogado em decadência após ter perdido o seu cargo de Procurador que passa os seus dia entre o barco de pesca e o piano e que é contratado para defender um caso de homicídio.

Para a acusação o caso é simples: Lt. Frederick Manion assassinou o dono do bar após este ter, alegadamente, violado a sua mulher Laura.

Mas para a defesa este homem foi alterado por um estado momentâneo de demência causado pela brutal violação da esposa e por isso deve ser ilibado do crime que cometeu.

A luta entre estas duas versões da história e a medição de forças entre uma dupla de conceituados advogados de acusação e Biegler, "a small town lawer", fazem o filme.

Laura talvez tenha sido violada, talvez não. A sua relação com o marido talvez seja de amor ou talvez de pura agressão. E o Tenente Manion talvez tenha premeditadamente e por puro ciúme assinado o dono do Bar.

Pouco interessa.

Aquilo que se demonstra no tribunal, ou aquilo que se consegue fazer um júri acreditar é a única coisa que realmente interessa. É a verdade reinventada.

O filme é relativamente longo, mas vale pela troca de palavras entre os advogados, com diálogos muito bons, cheios de momentos sarcásticos e exaltados.

E também pelas interpretações. James Stewart enquanto advogado de defesa e Lee Remick enquanto Laura enchem o ecrã.

Lee Remick tem aqui um dos seus primeiros papeis de destaque. Laura - Acho que o Otto Preminger tem uma queda para as Lauras - é uma daquelas mulheres que caberia perfeitamente num Noir. Destrambelhada, ciente de si, tão bela como perigosa e pronta para jogar um jogo cheio de ambiguidades onde cabe sempre um pouco de sedução.

Há uma verdade na sua história, só não conseguimos saber qual.

O papel inicialmente pertencia a Lana Turner, que acabou por o perder. Lana Turner exigiu que Laura usasse roupa desenhada pelo seu designer pessoal, mas Otto Preminger não esteve com meias medidas e achou que o estilo não se ajustava à personagem e acabou por chamar Lee Remick, uma jovem em inicio de carreira, apesar do estúdio estar pronto a ceder às exigências de Lana Turner.

James Stuart, que já havia visto em filmes como Vertigo e Rear Window de Hitchcock ganha aqui outra dimensão, ainda mais quando aparece ao piano com Duke Ellington que faz um cameo no filme, para além da Banda Sonora. Por curiosidade James Stuart teve uma vida longa – 99 anos - e faleceu apenas um dia depois de Robert Mitchum em 1997.


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