As linhas que se cruzam, os nomes das estações, os anúncios nas carruagens ou os sons dos lugares.
As pessoas que entram e saem ao som daquela voz roufenha que debita incessantemente nomes de estações entre o abrir e fechar de portas.
Estações novas e estações velhas, com artistas que tocam instrumentos e nos estendem a mão.
Em Montreal o Metro também pulsa assim. É antigo, com um ar escuro como toda a cidade.
Os edifícios aqui tem esse ar simples, desprendido. Como se nada que não seja fulcral existisse dentro dos tijolos acastanhados.
Não sei se já vi um Canadiano, não sei como eles são. No Metro a mistura é enorme. Chineses, muitos. E muçulmanos, mulheres de burca que se destacam do mar de latinos.
A luta contra o frio também é desigual.
Para aqueles que não são de cá sobressai o "over dressing". Esta sou eu. De gorro, de luvas. de botas que podem sobreviver ao Polo Norte e uma casaco digno de esquimó.
Naqueles que são de cá sobressai um certo desprendimento. Afinal, dentro dos edifícios o conforto é total. Roupa leve e um casaco digno parece ser o correcto. Mas há quem use T-shirt e ténis, quando outros se arrepiam de frio.
Depois da neve há gelo. E o gelo é pior que a neve. Escorrega. É uma armadilha inesperada, brilhante e fatal para os distraídos.
Olhar para onde se põe os pés é obrigatório!
Hoje fiz a primeira visita à parte velha da cidade. A Place D'Armes ou o Old Port, passando pela Place Jacques Cartier.
É uma mistura de edifícios oitocentistas com um certo ar europeu. Faz lembrar o velho mundo, renovado e organizado em ruas largas e rectas.
Há bandeiras de todo mundo espalhadas pelos edifícios e tropeça-se em muitos restaurantes. Portugueses, italianos, chineses, franceses, de sushi misturados com a velha McDonald's, a Starbucks ou o Burguer King.
Cheira constantemente a comer nas ruas, a comer daquele que não faz bem. E na mão das pessoas que passam há muito café quente, em doses XXL.
E afinal há café bom, mesmo desses grandes. Aguados e tão distantes do nosso expresso.
O café é assim, grande e quente, para se beber devagar, aquecendo aos poucos por dentro. Sendo o par perfeito para os dias frios que se vivem aqui!
E afinal há café bom, mesmo desses grandes. Aguados e tão distantes do nosso expresso.
O café é assim, grande e quente, para se beber devagar, aquecendo aos poucos por dentro. Sendo o par perfeito para os dias frios que se vivem aqui!
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