Imagino o corpo como uma máquina perfeitamente oleada, a
trabalhar em perfeita harmonia e equilíbrio, num balanço justo entre o esforço
e a sua compensação.
E ainda assim uma máquina que falha e que precisa de ser
constantemente afinada, estimulada e calibrada. Uma máquina que nos surpreende uns
dias por ser capaz de muito mais, nos desaponta noutros por falhar sem razão.
Como todas as máquinas deteriora-se mais quando está parada.
Se uma peça está no sítio errado e não a acertamos ela faz cama e perpetua-se
numa calcificação defeituosa.
Se lhe damos o combustível errado ela entope-se, incha,
rejeita até que explode.
Essa máquina, o nosso corpo responde constantemente,
carrega-nos. Mas exige.
Alguns de nós carregamos máquinas perfeitas que só pedem o
manuseamento cuidado. Outros nasceram em máquinas defeituosas, dessas que
apesar de trabalharem incessantemente o fazem de forma ensurdecedora, quebrando
com trejeitos desiguais, como se algo não estivesse no sítio.
De uma forma ou de outra, essa máquina que bombeia a nossa
alma pelas veias, o espelho de quem somos é perfeita. Espanta-me todos os dias!
Mesmo quando me falha. Mesmo quando não me acompanha, mesmo
quando na máquina habitada por mim, não me encontro eu.
Num corpo vive a alma. Tratemo-lo como se tratam as mentes…
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