sábado, dezembro 28, 2013

O Corpo…


Imagino o corpo como uma máquina perfeitamente oleada, a trabalhar em perfeita harmonia e equilíbrio, num balanço justo entre o esforço e a sua compensação.

E ainda assim uma máquina que falha e que precisa de ser constantemente afinada, estimulada e calibrada. Uma máquina que nos surpreende uns dias por ser capaz de muito mais, nos desaponta noutros por falhar sem razão.

Como todas as máquinas deteriora-se mais quando está parada. Se uma peça está no sítio errado e não a acertamos ela faz cama e perpetua-se numa calcificação defeituosa.

Se lhe damos o combustível errado ela entope-se, incha, rejeita até que explode.

Essa máquina, o nosso corpo responde constantemente, carrega-nos. Mas exige.

Alguns de nós carregamos máquinas perfeitas que só pedem o manuseamento cuidado. Outros nasceram em máquinas defeituosas, dessas que apesar de trabalharem incessantemente o fazem de forma ensurdecedora, quebrando com trejeitos desiguais, como se algo não estivesse no sítio.

De uma forma ou de outra, essa máquina que bombeia a nossa alma pelas veias, o espelho de quem somos é perfeita. Espanta-me todos os dias!

Mesmo quando me falha. Mesmo quando não me acompanha, mesmo quando na máquina habitada por mim, não me encontro eu.


Num corpo vive a alma. Tratemo-lo como se tratam as mentes…

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