quarta-feira, janeiro 22, 2014

O fim das coisas...


Quando começamos algo, em geral, não lhe antevemos o fim. Não programamos a nossa vida para a obsolescência, o casamento é para a vida, os projectos para darem certo, as escolhas certezas. Somos optimistas e inocentes na mesma medida, e só por isso nos permitimos a tantos mergulhos no escuro.

Só por isso corremos tantos riscos que não são calculados, porque a Lei de Murphy não se aplica a começos, ela só se comprova no fim.

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Nesse momento em que comprovamos que tudo o que podia correr mal, correu mesmo e olhamos para trás, um simples relance, conseguimos ver que a final, os sinais sempre estiveram lá, nós simplesmente nos recusamos a ver. Essa voz silenciosa no fundo do nosso peito, não é consciência, não é medo. Na maior parte das vezes é pura intuição. Porra, porque não nos ouvimos mais? Porque não nos retiramos em curas de silêncio?

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Porque a vida perderia a graça sem a incidência de erro? Porque precisamos de experiência e vivências, e comunhão com os outros? Simplesmente porque é isso, estar vivo.
Não há respostas a tantas perguntas, e ás tantas perguntas que ainda estão por fazer. E como num exercício académico bafiento e ultrapassado, as perguntas criam mais perguntas e não soluções, não exercícios práticos de resolução.
Parece-me, que teremos de passar pela vida apenas questionando os silêncios constrangedores, as situações desajeitadas e todas as outras hipóteses presentes no momento que não conseguimos entender.
                           
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Deu errado então. Ou deu certo de tantos outros pontos de vista. Mas o começo chegou finalmente ao fim. Encerrado. Com tantos outros pontos de chegada diferentes do sonho americano, da vida construída e ganha à força de trabalho, o alpendre e a cadeira de baloiço em tardes quente de verão.
Talvez não seja esse o tipo de pessoas que somos. O nosso alpendre não acaba num relvado fresco, Céus, quem tem paciência para o regar?! 

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Encaremos então o fim das coisas. Como a morte natural, o limiar da vida, a recusa de eternidade das ideias. O fim das coisas, de qualquer coisa, é tangível, identificável, acontece.
E depois de refeitos, de encaixado o vazio nos nossos dias, de lutos apaziguados e de lágrimas secas.
O fim das coisas, quando compreendido. Pode ser O começo de tantas outras vidas.

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Sejamos Optimistas e inocentes na mesma medida...


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