Quando começamos algo, em geral, não lhe antevemos o fim.
Não programamos a nossa vida para a obsolescência, o casamento é para a
vida, os projectos para darem certo, as escolhas certezas. Somos optimistas e
inocentes na mesma medida, e só por isso nos permitimos a tantos mergulhos no
escuro.
Só por isso corremos tantos riscos que não são calculados,
porque a Lei de Murphy não se aplica a começos, ela só se comprova no fim.
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Nesse momento em que comprovamos que tudo o que podia correr
mal, correu mesmo e olhamos para trás, um simples relance, conseguimos ver que
a final, os sinais sempre estiveram lá, nós simplesmente nos recusamos a ver.
Essa voz silenciosa no fundo do nosso peito, não é consciência, não é medo. Na
maior parte das vezes é pura intuição. Porra, porque não nos ouvimos mais?
Porque não nos retiramos em curas de silêncio?
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Porque a vida perderia a graça sem a incidência de erro?
Porque precisamos de experiência e vivências, e comunhão com os outros?
Simplesmente porque é isso, estar vivo.
Não há respostas a tantas perguntas, e ás tantas perguntas
que ainda estão por fazer. E como num exercício académico bafiento e
ultrapassado, as perguntas criam mais perguntas e não soluções, não exercícios
práticos de resolução.
Parece-me, que teremos de passar pela vida apenas
questionando os silêncios constrangedores, as situações desajeitadas e todas as
outras hipóteses presentes no momento que não conseguimos entender.
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Deu errado então. Ou deu certo de tantos outros pontos de
vista. Mas o começo chegou finalmente ao fim. Encerrado. Com tantos outros
pontos de chegada diferentes do sonho americano, da vida construída e ganha à
força de trabalho, o alpendre e a cadeira de baloiço em tardes quente de verão.
Talvez não seja esse o tipo de pessoas que somos. O nosso
alpendre não acaba num relvado fresco, Céus, quem tem paciência para o
regar?!
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Encaremos então o fim das coisas. Como a morte natural, o
limiar da vida, a recusa de eternidade das ideias. O fim das coisas, de
qualquer coisa, é tangível, identificável, acontece.
E depois de refeitos, de encaixado o vazio nos nossos dias,
de lutos apaziguados e de lágrimas secas.
O fim das coisas, quando compreendido. Pode ser O começo de
tantas outras vidas.
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Sejamos Optimistas e inocentes na mesma medida...
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