Lembro-me do caminho de terra até ao monte, as ervas pelo carreiro do meio e os campos lavrados. As casas sempre modestas e inacabadas e os rostos das pessoas que já tinham longas vidas.
Lembro do curral, das ovelhas e das vacas. Do leite quente acabado de ordenhar, peganhento e coalhado, gorduroso, impossível para quem cresceu a beber o leite do Treta Pak.
As galinhas que andavam por ali desgarradas, os gatos ramelosos, o milho, as batatas doces, as couves e as melâncias no verão.
O rosto das pessoas cristalizado em memórias, como daguerreótipos, imagens pouco definidas e longínquas.
O cheiro do verão.
Memórias, o lugar das
pessoas na nossa vida, na hora da sua morte.
Qual será o nosso lugar nessa hora?