quinta-feira, agosto 24, 2006

Estas decisões que a gente de vez enquando devia tomar....




Devia deixar de fumar, ou melhor tenho de deixar de fumar a bem da minha saúde geral.
Mas sempre que me ponho a ponderar sobre o assunto, sempre que já tenho estruturada a estratégia a utilizar, dentro da minha cabeça algo de errado se passa e toda a minha certeza de conseguir, toda a minha força de vontade se vai. Porque é só mais este maço, porque não pode ser agora e que tal programar isso só para a semana...
A verdade é que esta é uma ideia que já vem a ser amadurecida na minha mente, mas que eu tenho inconscientemente ignorado.
Quero mesmo deixar de fumar, basta levantar-me amanha e não o fazer. Basta querer mesmo, ter força e não me deixar levar pelo que sabe bem.
Mas não fazemos o contrário todos os dias?
Era melhor dormir mais umas horas porque íamos acordar mais lúcidos e enérgicos, mas acabamos sempre por nos demorar na esplanada do café ou por ficar a ver até ao fim aquele filme que dá na televisão.
Devíamos comer coisas saudáveis mas acabamos sempre por dar uma “facadinha” na dieta, devíamos fazer exercício mas acabamos sempre por não resistir ao sofá.
Devíamos isto, devíamos aquilo. E se nos deixarmos obcecar pelo que devíamos fazer e nunca fazemos deixaríamos de viver, pelo menos de ter prazer em viver.
No entanto, se fizéssemos todas essas coisas viveríamos certamente mais tempo, talvez sem tanto prazer mas com toda a certeza com menos sofrimento no final.
Há dias que acordo cheia de vontade de me renovar, chego mesmo a acreditar que o vou fazer, claro que me esqueço que não estou numa ilha isolada em que apenas me posso ouvir.
Acho que o meu problema é mesmo todo o ruído que existe à minha volta, que existe no mundo em geral. Não o suporto por vezes, mas também não consigo viver sem ele.
Penso que ainda me falta tempo, ainda me falta um pedaço de caminho para a feliz coexistência comigo mesma. Hoje já me aguento melhor, já aguento os momentos de solidão, já os aprecio. Já não desespero quando a minha única companhia sou eu mesma.
Quando percorrer esse caminho talvez o ruído exterior seja menos, ou pelo menos tenha menos influência em mim.
Talvez ai, todas as essas coisas que devia fazer para meu bem deixem de ser sacrifícios, quebras de prazer e passem a ser elas o prazer. O prazer de fazer sempre o melhor para nós, de conviver da maneira mais correcta com o nosso corpo e com a nossa mente.
Tenho esperança de ainda conseguir pensar e fazer e deixar-me de imaginar cenários e concretiza-los.
Parece-me bem que ainda não é agora que deixo de fumar e começo a viver de uma maneira mais saudável, mas está para breve...

Sem comentários: