quinta-feira, junho 28, 2007

Another Woman

Director: Woody Allen


Writer: Woody Allen



Release Date:18 November 1988 (USA)



Genre: Drama



Plot Outline: Facing a mid-life crisis, a woman rents an apartment next to a psychiatrist's office to write a new book, only to become drawn to the plight of a pregnant woman seeking that doctor's help.




Marion: I wondered if a memory is something you have or something you've lost.

Ken: I accept your condemnation.
Paul: Do you remember some years ago when I showed you something I'd written, do you remember what you said?
Marion: No, I don't remember. I was probably just trying to be truthful.

Paul: Yes, I'm sure. You said, "This is overblown, it's too emotional, it's maudlin. Your dreams may be meaningful to you, but to the objective observer, it's just so embarrassing."

Marion: I said that?

Paul: Exactly your words. So I tried not to embarrass you any more.

Marion: [reciting the poet Rilke] For here there is no place that will not see you... You must change your life


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Será assim que um dia acordaremos e perceberemos que passamos a maior parte das nossas vidas a racionalizar, a conter, a menosprezar as nossas verdadeiras emoções?
A querer de algum modo ter o controlo absoluto sobre nós e sobre o mundo e no meio desse controlo obstinado perdemos a melhor parte, o inesperado, o surpreendente, o genuíno…
“Another Woman” é sem dúvida um filme surpreendente, pelas opções narrativas que contém, por este argumento simples que gira à volta de uma personagem tão complexa, por ter o dom de nos deixar assim, a reavaliar coisas, a medir situações a pensar que talvez um dia poderemos ser nós a compreender que apesar de todos os nosso esforços temos uma vida vazia…
“For here there is no place that will not see you... You must change your life” Rilke


segunda-feira, junho 25, 2007


Este festival merece um apontamento!
Duvido que haja local mais bonito no país para se assistir a um concerto, por detrás do palco apresenta-se Marvão como um raio de luz perdido na noite, uma presença forte e inquestionável da obra conjunta da natureza e do Homem.

Depois boa música, e bom ambiente. Só é pena que tenha havido uma fraca afluência de publico, e que as noites tenham sido mais de Inverno do que de Verão.

Esperemos que para o ano haja mais.

Rock Fest Marvão III

THE POPPERS -

Rock Fest Marvão II

Dapunksportif

Rock Fest Marvão - I

Bunnyranch - Little Bird Get In Shape

The National - Mistaken For Strangers

Banda a descobrir nos próximos tempos...

quinta-feira, junho 21, 2007

Fim de tarde...

Sabe bem de vez enquando baldarmo-nos aos compromissos e aproveitar um fim de tarde a meio da semana como se fosse já fim-de-semana…
Trocar a cadeira da sala de aula por uma numa esplanada, por um pires de caracóis e uma cerveja.
Sabe simplesmente bem de vez enquando esquecermo-nos dos compromissos e fugir à rotina…Nem que seja por breves momentos a nossa vida parece mais leve, mais simples, mais gostosa.

quinta-feira, junho 14, 2007

1º Encontro de Boas


Há um ano atrás andávamos todas ainda inocentemente a sonhar o que poderia ser as nossas vidas…
As ilusões do costume, as promessas do costume e depois os mesmos desencontros.
Dizemos sempre que o tempo não nos vai separar, que nos vamos encontrar sempre a cada esquina, que os jantares serão mais que muitos… e depois o tempo passa, os telefonemas escasseiam, o presente de uma forma ou de outra ocupa-nos e faz-nos adiar aquele passado para um futuro mais à frente.
Quase um ano…
Incrível como nos levou tanto tempo a conseguir juntar as agendas, a marcar uma data e a reagir com entusiasmo à esperada jantarada, aos momentos de pijama e risadas antes de dormir, às pequenas confidencias que podemos fazer umas às outras…
Quase um ano a decidir ser, nem que seja por um fim-de-semana, nós as BOAS novamente.

È com um prazer meio triste meio feliz que vou a este encontro de velhas amigas da faculdade, se por um lado é extremamente gratificante ter passado todas as etapas e estarmos nesta agora, por outro lado este primeiro encontro confirma que tudo o resto já passou.

Só nos resta congelarmos estes momentos!
Eles permitem-nos ser criança mais um pouco…

terça-feira, junho 12, 2007

Santo Antonio!


Não gosto particularmente de sardinha assada, nem de multidões, nem de música de arraial portuguesa e afins, sobre as marchas prefiro não me prenunciar.
São puras expressões “alfacinhas”, pura cultura popular portuguesa.
Acho que o que mais gosto dos santos são mesmos os manjericos.
Mas este ano vou ver de perto, como se passa a noite de Santo António por vielas a abarrotar de gente, cheias de fumo de fogareiro e cheiro a sardinhas que se entranha na roupa…
Vou tentar por hoje ser uma verdadeira Portuguesa!
P.S. Começaram neste preciso momento a mandar os foguetes!
Outra manifestação que eu não entendo!

sexta-feira, junho 08, 2007

Sinto-me cansada, não é no meu corpo… é em mim…
Sinto-me como Sísifo, carregando inutilmente qualquer coisa que volta sempre ao mesmo lugar…
Queria que passasse…


Não se conseguia satisfazer…
Pensava sempre no mundo de coisas que ainda não conhecia, sentia aquela sensação de perda em relação a tudo o que já passara, aquela estranha certeza de que algo não volta mais. Não imaginava assim a vida, como pedaços estanques de tempo, etapas, fases, ocasiões. Tudo devia ser um todo, e como num DVD deveríamos poder fazer zapping entre as cenas, devíamos ter acesso aos extras, devíamos poder controlar tudo, saber de tudo, devíamos poder ir construindo o making of da nossa vida, e vê-la de vez em quando como se de um trailer se tratasse.
Mas não, a consciência do tempo a passar apoderara-se dela, tempo estanques como barreiras, dias, semanas, meses, anos, tudo bem delimitado e marcado por um calendário cruel, imparável.
Ia guardando meticulosamente fotografias, vídeos, bilhetes, cartões tudo o que lhe permitisse montar às peças um passado e construir com referências um futuro. Como se de um lego se tratasse.
Mas não se satisfazia.
O tempo a passar parecia uma maldição, nunca chegava para apreciar as coisas boas. Era sempre demasiado longo para as coisas más.
Maria sentia-se assim, perdida.
Viajava só, por estradas desconhecidas, levava a janela aberta por onde entrava uma brisa fresca de fim de tarde, o sol punha-se atrás de si em cores múltiplas de beleza.
“Amanha será um dia quente!” é o que nos diz o céu.
Mas amanhã o que será?
Não dá para adiantar a cena!
Mais um dia vazio, mais uma grande perda de tempo? Ou simplesmente haverá algum mar de emoções? Poderá ser amanhã um dia memorável, valerá a pena recortar pedaços dele e colocar na gaveta das memórias?
Maria não sabia, sentia-se angustiada.
Tirara aqueles dias só para si, para fechar etapas, para reconhecer finalmente que não tinha controle sobre o tempo que passava. Havia tantas gavetas cheias de recortes, tantas colagens por acabar, tantas memórias a necessitarem de um comentário, tantas imagens do making of para montar.
Queria deixar a folha em branco.
Fechar de vez aquele livro velho cheio de sensações. Boas, más, assim-assim. Fantasmas na sua maior parte, fantasmas que lhe assombravam os dias e os momentos de silêncio insistentemente.
Compreendera ao fim de tantos anos, que não poderia nunca sentir todas as sensações, que não poderia nunca ir a todos os lados, conhecer todas as pessoas, compreendera ao fim de tantas anos a sua pequenez, a sua fonte de insatisfação.
Queria deixar de ser aquela mulher errante, queria fechar o ciclo, queria ser feliz nas pequenas coisas…
Avançava por uma estrada ladeada de pinhal denso, não sabia bem onde a levava. Mas não interessava, estava de férias, tinha o depósito cheio e só procurava um lugar, a paz interior.
O sol desaparecia já totalmente no horizonte criando aquela ponte pálida entre o dia e a noite…
Correu uma lágrima pelo seu rosto…
“Arrumar as gavetas dói, é como se vivêssemos tudo de novo”. Pensou, por entre sorrisos e apertos no coração, por entre a tristeza profunda e a felicidade extrema, por entre aquele turbilhão de coisas que foi sentido, Maria estava ali, a controlar a sua vida. A vê-la, a revê-la, a avaliá-la, a perdoar e a perdoar-se.
Estava ali a explicar-se, a entender-se…
Continuou de viagem durante largas horas.
Parou exausta, extasiada. Procurou onde dormir.
Deixou-se cair em cima da cama com um desalento próprio de quem encontrou aquilo que procurava, e ao faze-lo compreendeu que isso esteve sempre ali, à sua mão.
Bastou parar.
Bastou sentir-se, remexer nos seus pedaços, estava tudo ali. Afinal poderia viajar na sua vida sempre que pretendesse, a sua vida era ela e ela estava ali…
Havia coisas más, coisas boas e coisas assim-assim.
Não sabia dizer se estava satisfeita, mas pela primeira vez na vida sentiu um prazer subtil em adormecer, como se nada no mundo fosse melhor do que deixar-se ir lentamente do mundo real para o imaginado. Sem pressas, sem perdas, sem pensar no ontem nem no amanha…

sexta-feira, junho 01, 2007

Devia ser proibido vir trabalhar após uma noite como a de ontem, a estas horas e para poder ter tempo de fazer a digestão correcta de tanta informação, devia estar eu sentada numa esplanada, de óculos escuros a olhar para um jornal, enquanto recostava lascivamente o meu corpo na cadeira. Degustando um belíssimo café, delta Diamante e vivendo mentalmente todos os momentos. Apreciando os pequenos detalhes, deleitando-me com os tímidos raios de sol do dia de hoje…
Pensando…
Mas não, lá tive eu de vir trabalhar, atrás deste monitor, há lá coisa mais limitativa da imaginação que um escritório? Quatro paredes, secretária, impressora, computador e papel aos montes, e o raio do telefone que nunca se cala…

Andrew Bird - Nervous Tic Motion... Lisbon 31st May 2007

Lindo,lindo, foi simplesmente lindo.
E sim, veio de meias com riscas cor-de-rosa, um mimo.