sexta-feira, outubro 19, 2007

Dos meus passeios por Portalegre e arredores sobressaíram três coisas:



1ª -Em Portalegre vendem-se muitas casas (a contar pelo numero que se encontra à venda)
2ª -Em Portalegre compram-se muitos carros (a contar pelo numero de lojas especializadas na zona industrial)
3ª-Em Portalegre não se produz quase nada (tendo em conta o numero de empresas de serviços, e o numero de industrias que residem na zona industrial)


Não percebo mesmo nada de economia, mas há coisas que são simplesmente senso comum, e parece-me que está a faltar qualquer coisa neste quadro.

Se se constroem tantas casas é porque se espera que a população aumente. Se existem tantos carros à venda é porque se espera que o poder de compra dos portalegrenses aumente, no entanto não havendo progressos na área do emprego e não se produzindo nada na região não há meio de fixar novas pessoas e muito menos meios de aumentar o poder de compra da população…

Alguém vai entrar na falência em breve. Digo eu, que no fim das contas não percebo nada disto!

O que mais me assusta é que este não é apenas o retrato de Portalegre, é sim a fotografia nítida do interior de todo um país cada vez mais deserto e a viver do sector terciário.
O sector público alimenta um certo número de pessoas que por sua vez alimenta o comércio que por sua vez ajuda a alimentar outras áreas do comércio. Uma cadeia frágil à mercê das ondulações do mercado, do aumento dos impostos e afins.

Se o país não é capaz de dar emprego à sua população, se ainda por cima menospreza grande parte do seu pequeno território e trabalha apenas com vista à grande metrópole, se não consegue criar bases para economias sustentáveis, parece-me a mim, que o facto de estarmos na União Europeia é apenas geográfico. Caminhamos muito mais facilmente para um modelo “terceiro-mundista”!

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