quinta-feira, abril 24, 2008

do Lat.Libertate


do Lat. libertate
s. f.,
faculdade de uma pessoa poder dispor de si, fazendo ou deixando de fazer por seu livre arbítrio qualquer coisa;
gozo dos direitos do homem livre;
independência;
autonomia;
permissão;
ousadia;
(no pl. ) regalias;
(no pl. ) privilégios;
(no pl. ) imunidades.

- de consciência: direito de emitir opiniões religiosas e políticas que se julguem verdadeiras;
- de imprensa: direito concedido à publicação de algo sem necessidade de qualquer autorização ou censura prévia, mas sujeito à lei, em caso de abuso;
- individual: garantia que qualquer cidadão possui de não ser impedido de exercer e usufruir dos seus direitos, excepto em casos previstos por lei.


Há 34 anos abriu-se as portas desse novo mundo que é a Liberdade.
Liberdade para dizer o que se pensa, para se fazer o que se quer, liberdade para escolher quem nos governa.
Com o advento da união Europeia outras liberdades vieram. A facilidade em viajar sem fronteiras, a não necessidade de troca de numerário, os programas de intercâmbios pela Europa e o novo mundo do pensar Europeu. Deixamos de ser cidadãos de Portugal e passamos a ser cidadãos da Europa, nós que no fundo até já fomos cidadãos do mundo.

A liberdade enquanto conceito é sem dúvida uma coisa soberba. A ousadia, os privilégios, a imunidade e por fim a consciência e a sujeição à lei.
Porque a nossa liberdade acaba onde começa a do próximo, a minha liberdade pode nunca passar disso mesmo, um conceito.

Porque todos os dias me levanto e me sinto menos livre.
Menos livre de horários e obrigações. Menos livre de sonhos que não cabem na carteira nem na vida que se leva, menos livre das frustrações do dia a dia e menos livre de tudo o que queria ir deixando para trás, esses pequenos fardos de coisinhas insignificantes.

Menos livre de memórias e recordações, de aspirações e desejos. Cada vez menos livre de mim mesma e dessa ideia de como deveria ser a vida.

segunda-feira, abril 14, 2008

Italiano para Principiantes

Houve uns tempos em que andava maravilhada com a obra de Lars Von Trier.
Começando pelas Ondas de Paixão, filme pescado numa prateleira de videoclube cuja validade do aluguer conferenciei pelo telefone há uns anos, passando pelo Elemento do Crime ou o Dancer in the Dark terminando no magistral Dogville.

Na altura, e penso que mesmo agora, não compreendia a o alcance dessa coisa “parida” por Trier e o Thomas Vinterberg, o Dogma 95.

Por isso foi uma surpresa quando, ao investigar sobre este filme me dei conta de que Italiano para Principiantes é efectivamente parte deste movimento. O primeiro a ser filmado por uma mulher, Lone Scherfig e o 12º filme certificado por este movimento Dinamarquês fundado em 1995.

E foi uma surpresa porque ao contrário dos filmes que vi anteriormente, este Italiano para Principiantes não é um filme claustrofóbico, onde a acção se desenrola lentamente sem entusiasmos.


Em Ondas de Paixão e Dogville, todo o filme se desenrola com vista a um final em êxtase, mas o filme em si é por vezes uma tormenta, porque é lento e agonizante. Não existe como uma peça de entretenimento, toda a sequência de imagens e acontecimentos que nos são dados em forma “bruta e crua” existem apenas para a apoteose final, aquela mensagem que no fim acaba sempre por justificar duas horas e meia de filme, quase sempre desconfortáveis, quase sempre provocando desistência de alguns espectadores no intervalo. No entanto essa dificuldade em compreender e apreciar o filme torna-o um objecto de arte inestimável. Custa quase sempre, mas chegar ao fim de Dogville e compreender a dureza e a verdade daquele é indescritível.

Mas este Italiano para Principiantes, apesar de nostálgico e solitário, de uma iluminação rudimentar, de cenários pouco apelativos, tem um argumento de uma simplicidade desarmante. E de uma beleza que provoca um misto de desilusão com a vida e de esperança no dia de amanha.

Se em termos técnicos este é um filme seguidor do “Dogma 95”, a sua mensagem transporta-nos para lugares diferentes.

Afinal, a rigidez das normas, a simplicidade das técnicas usadas e a crueza da realidade exposta sem artifícios não é de todo uma barreira à criação artística.
E do Dogma 95 pode, afinal, sair uma comédia romântica, que longe do ser, poderia bem ser uma comédia "Hollywoodesca”.


sexta-feira, abril 11, 2008

Tropa de Elite


Não é uma história nova, ou por outro lado, depois de Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, a violência e a banalização do uso de armas nas favelas brasileiras não é novidade.
Mas não deixa de ser chocante essa triste realidade vista por de dentro do sistema.
A condescendência que existe perante a corrupção e a dificuldade que é combatê-la dentro das forças que deveriam ser o exemplo é chocante.
Percebe-se que pouco há a fazer para acabar com aquele sistema bárbaro só mesmo uma solução final uma limpeza geral que é impossibilitada porque toda a hierarquia desde a base até ao topo é um emaranhado de interesses e desonestidade.

Mas o que mais me impressiona em qualquer um destes filmes é sempre a facilidade com que uma vida humana se perde, a pouca importância que ela tem em si. Haverá muita gente boa a viver nos morros porque não tem outra escolha, a pobreza a isso obriga, nem toda a gente será bandido nem um alvo a abater.
No entanto ao estalar do primeiro tiro abre-se a guerra e qualquer um pode ser abatido.

Esta é uma visão crua desta realidade, um filme em tom documental, uma banalização total dos acontecimentos, porque estas imagens pretendem só e apenas mostrar como é.
Talvez seja isso que me assusta, que mais que ficção, estes filmes sejam traduções limpas da realidade. Para muitos Homens e Mulheres o mundo civilizado, o valor vida, a moral e a consciência não existem como conceitos nem como realidades.

È questionável o método de actuação do BOPE? Penso que sim. No entanto existe uma ambiguidade de sentimentos e razões em relação a isso.
Se não for assim como poderá ser afinal? Justificaram os meios para atingir os fins? Não será tão bárbara esta força policial como aqueles que ficam de atalaia no cimo dos morros prontos a acertar em qualquer um?
Não encontro respostas, muito menos soluções para uma realidade que nos parece tão longínqua.

E que no entanto não deixa de ser um reflexo da história do Brasil da qual, nós Portugueses, também fazemos parte.

quinta-feira, abril 10, 2008

Ian McEwan - O Fardo do Amor


O tempo para leituras não tem sido muito mas o anoitecer de ontem com aquelas chuvadas deu-me uma enorme vontade de me estender na cama e devorar o livro até à última página.
Este livro foi desde o seu início a descoberta de sentimentos e situações difíceis de descrever. É Vibrante e intrigante, porque Ian McEwan não se proíbe de escrever sobre o lado obscuro das pessoas nem em colocá-las em situações extremas e pouco prováveis e no entanto totalmente verosímeis.
Porque a suas escrita tem movimento e mesmo as descrições quando longas, acrescentam factos e mistérios à história.
As suas personagens são dissecadas enquanto pessoas individuais e enquanto seres dentro de relações. As discussões entre Joe e Caroline vistas de diversos pontos de vista não deixam de ser uma descoberta e uma constante interrogação para o leitor e até mesmo de criar uma certa consternação. Gostei muito do livro, já tinha gostado do anterior, apesar do Estranha Sedução ser mais hermético e mais perturbador.
Há algum tempo que não me entusiasmava tanto com um autor contemporâneo e estou com vontade de ler um por um todos os livros disponíveis na Biblioteca Municipal. (Vontade essa só constrangida por ter levado o livro fora do prazo e estar de castigo, só no fim do mês terei direito a requisitar livros novamente! Podia argumentar que não é justo” blá blá,” mas é verdade, levei mesmo o livro fora do tempo!).






Silêncio


Ando aqui a pensar em algo para escrever.
Uma história minha, uma ideia elaborada, qualquer coisa.
Mas as palavras prendem-se dentro de mim, como se juntá-las numa frase coerente fosse impossível.
Tanta coisa que se passa na vida, tanta coisa insignificante e tanta coisa cheia de significado a que nem consigo prestar a devida atenção.
Os dias passam um seguido ao outro, iguais, monótonos por entre os dias de chuva que cortaram o Verão antecipado.

Queria ter alguma coisa que escrever…
Mas hoje, especialmente hoje sinto-me invadida por um certo tédio existencial.
Faz-se silêncio dentro de mim…

Andrew Bird - Why?



Esta versão é um arrepio!

sexta-feira, abril 04, 2008

Fim de semana de "Boas"

È oficial, o 2º encontro está ai!
Estou ansiosa e cheia de saudades, vai ser bom voltar a ser estudante por um fim-de-semana!

Yaël Naim

A rodar cá por casa.