segunda-feira, agosto 30, 2010

Lembranças do F.M.M. Sines


A música brasileira é tão vasta! Cheia de matizes e opostos que oscilam entre a beleza mais pura de palavras misturadas com sons de instrumentos, que é a bossa nova, ao mais simples e "poeirento" barulho feito pelas bandas de Forró e trios eléctricos de Carnaval.
O Festival de Músicas do Mundo de Sines este ano apresentou-me a CÉU.
Gosto desta sonoridade. Assim como gostei de Maria Rita e continuo a ouvir frequentemente a bossa nova do João Gilberto.
Afinal, do outro lado de Atlântico chega mais que novelas e Carnaval.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Fireflies in the garden (2008)

Há vidas assim, ensombradas por um momento. Escurecidas por palavras que não se foi capaz de dizer e males que não se foi capaz de enfrentar.
E depois há esses momentos redentores em que o silêncio só por si exprime um mundo de emoções.

Fireflies in de garden é um desses filmes de argumento simples, onde a simplicidade da história é compensada pela densidade das personagens, não só porque estas são bem escritas, mas também bem interpretadas.

fácil

adj. 2 gén.
adj. 2 gén.
1. Que não custa a fazer.
2. Que se consegue sem grande trabalho.
3. Claro.
4. Simples, natural.
5. Provável.
6. Brando, dócil.
7. Acessível.
8. Precipitado, que reflecte,
9. Complacente.
10. Muito susceptível!,
adv.
11. Facilmente.

Tudo aquilo que a vida tende a não ser...

terça-feira, agosto 24, 2010

A Rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo (Stieg Larsson)

"Não há inocentes. Há apenas diferentes graus de responsabilidade."

Stieg Larsson era bom nisto. Escrever pessoas. Dar-lhes um lado negro, daqueles que toda a gente tem mas que ninguém ousa admitir. E as suas personagens são negras e claras ao mesmo tempo. Conseguimos perceber-lhe as razões, permitir-lhes os deslizes e quase as perdoar pelo seu grau de responsabilidade ou pela sua ausência de inocência.
E depois há o enredo enérgico e competente que decorre a um ritmo que nos faz ficar agarrados ao livro pela noite fora.
Literatura gulosa esta.



segunda-feira, agosto 23, 2010

A festa começa já na quarta-feira

Seja no Crato ou em Grândola este fim-de-semana promete!


4 anos... a escrever disparates e mais raramente coisas com algum interesse

Fez no sábado, dia 21 de Agosto, 4 anos que escrevi o primeiro post deste blog. Surgiu numa crise de nostalgia de quem vê os dias a passar e que sabe que, inevitavelmente, a sua vida vai mudar de formas nunca antes experimentadas.

Começou por ser um deposito de desabafos, depois uma ligação à terra, depois um espaço de liberdade criativa, depois uma compilação de livros e filmes, de fotos e de reflexões.
Hoje é tudo isso junto e tornou-se numa biografia. Esse mapa que eu queria guardar está aqui. Por vezes nas entrelinhas e nas palavras que ficaram por escrever, nos rascunhos que não publiquei e nos duplos sentidos.

4 anos é uma vida.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Fumadora na reserva há três anos

Ninguém disse que ia ser fácil e no entanto até foi.
Difícil não é deixar de fumar é o depois. É estar na zona de conforto e achar que já se pode experimentar, que um não faz mal a ninguém. Difícil é manter-se lúcido em relação a esta opção de deixar de ser um fumador activo, do dia-a-dia, de isqueiro e tabaco na mala.

Há três anos atrás, quando tomei a decisão de deixar de fumar, não achei que poderia modificar tanto a minha vida e os meus hábitos. Nunca achei que fosse uma maneira de reforçar a minha força de vontade, a minha capacidade de sacrifício ou até mesmo a minha auto-estima.

Hoje tenho a certeza que tomei a decisão certa. Mas também tenho a certeza que a linha que separa um fumador "desactivado" de um fumador activo é uma linha ténue, estreita e muito fácil de pisar.

Em três anos nunca tive um momento em que sentisse que corria o risco de voltar a fumar como antes. No entanto, os pequenos prazeres a que me fui permitindo nos últimos meses em noites de copos, provaram-me que é muito difícil negar o prazer, mesmo que este venha acompanhado de um ligeiro sentimento de culpa. Ficou claro que o que só acontecia uma vez por ano, rapidamente passa para uma vez por mês, para depois ser uma vez quando calha.
A capacidade de negar o que nos sabe bem é algo que não nos é natural. Por isso vivemos em esforço, num esforço de consciência constante.
E não só com o tabaco. Em esforço constante em relação ao que se come, ao que se bebe, ao dinheiro que se gasta sem razão aparente.

Difícil não é deixar de fumar. Difícil é viver o resto da vida lembrando o "bom que era e o bem que me ia saber agora".

Por isso, deixar de ter o tabaco como um vicio, é um exercício para a vida, como uma dieta que se deve seguir.
Já lá vão três anos. O balanço é positivo e a "dieta" é para continuar.

Praia, livros... Ler livros na praia.

A praia preenche-me.
Ler um livro na praia é como embarcar numa viagem sem fim, sem ligação à terra, sem relógio, sem companhia nem preocupações.
É ouvir a cadencia das ondas, que rebentam na areia, a embalar as imagens que crescem na nossa mente como o filme perfeito da história que estamos a reinventar.

terça-feira, agosto 10, 2010

Cassandra's Dream (2007)

Howard: After all I've done for you, it should be automatic. Family is family! Blood is blood! You don't ask questions. You protect your own.
Não é o melhor de Woody Allen. Uma história que demora demasiado tempo a acontecer e personagens que custam a desenhar-se.

Wall Street (1987)


Bud Fox: How much is enough?
Gordon Gekko: It's not a question of enough, pal. It's a zero sum game, somebody wins, somebody loses. Money itself isn't lost or made, it's simply transferred from one perception to another.


Gordon Gekko: Greed captures the essence of the evolutionary spirit.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Sobre as férias e a volta à vida normal...

Pois é. As férias têm esse senão.
A volta.
A uma casa que esteve fechada durante uns tempos e necessita de uma intervenção urgente.
A um frigorífico que falhou na sua tarefa de preservação eterna de legumes.
A uma caixa de correio com mais contas que o habitual.
A volta difícil às horas de acordar, de almoçar, de fazer tudo o que se pareça com rotina.

A volta a uma vida que em vez de se simplificar pelo descanso das férias se complica pela ausência e pelas coisas todas que ficaram por fazer.

Summer's Almost Gone

Summer's almost gone, Summer's almost gone, Almost gone, Yeah, it's almost gone
Where will we be, When the summer's gone?





Surge-me sempre esta musica quando, a meio do Verão, os dias escurecem e no horizonte se desenham nuvens que nos lembram que o Verão é a estação mais efémera de todas, apesar de ter exactamente a mesma duração que as outras.