terça-feira, junho 19, 2012

Meu Mundo em desconstrução...




A certeza das coisas deixou de ser o dia-a-dia. O toque do despertador é igual, mas o vazio, a ausência e a incerteza é algo completamente novo.

Houve tempos em que achei que a total autonomia devia ser bom, o livre arbítrio, a ausência de culpas para com os outros, a não justificação. Mas na verdade ser-se só, deambulando pode ser também uma desconstrução de nós, a perda de propósito, a ausência de significado, um enorme vazio.

Há dias em que o vazio é uma folha em branco. A folha em branco é esperança. É um mundo que se pode escrever, é um caminho novo que se pode trilhar. É tudo aquilo que quisermos que seja.

Noutros a folha em branco é pura angustia. Sincera impotência para a preencher.

Á minha volta nada mais é como era suposto ser, nas noticias o mundo está prestes a derrocar, os anos ficam para trás sem se cumprirem, e eu, descobri que não sei nada sobre mim.

Havia uma voz de fundo, que me recusei a ouvir, que foi crescendo, crescendo até não se aguentar mais. 

Crise, com letras garrafais. Que se lixe a deles. A crise está realmente em mim. Nas certezas que passaram a ser dúvidas.

Num futuro conhecido estilhaçado e numa busca que parecia resolvida mas que só agora começou.

Um pântano, portanto. Um daqueles algo juvenil, uma crise de meia-idade na juventude. Uma porta aberta para livros obscuros, torpores alcoólicos e muitas horas de prostração solitária olhando janelas abertas para o mundo.

Se no fim, dos cacos se fizer vida, vale a pena sempre mudar, sofrer e cumprir o nosso desígnio de insatisfação.

Se assim for, que se destrua o mundo. Com raiva… 

2 comentários:

Unknown disse...

Excelente texto!!! Partilho, feliz ou infelizmente!

Unknown disse...

Excelente texto. Partilho, feliz ou infelizmente!!!