quarta-feira, maio 29, 2013

Ensaios VI

"Blessed are the hearts that can bend they shall never be broken."

Camus, A.

Esperamos que passe. Um dia há-de passar.
Esse travo amargo de boca, essa certeza de que algo ficou perdido entre nós e a verdade dos momentos.
Ente nós e os outros. Entre nós e a vida que estava a passar.

Inevitavelmente perdido. Num qualquer vazio de tempo onde ficamos condenados à nostalgia. A esse travo amargo que não passa.

Como se a vida se estivesse extinguido e nada mais houvesse para além disso. De um luto perpétuo, do qual só poderemos desejar que um dia passe.

Extintos e passivos dentro de nós mesmos, remoendo a certeza de que não podia ser diferente. Desejando ingenuamente que fosse.

Esperamos apenas que passe. As horas, os dias, quem sabe os anos. Esperemos que não dure para sempre.
Que se recupere, que se sobreviva.

Que um único erro, não cresça e ganhe raízes, como um tumor, que um único erro não seque tudo em seu redor e nos mate, de incertezas.






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