Há num concerto um linguagem universal que nos une. A todos os que lá estão, os que sabem a letra de cor aos que apenas batem o pé ao som de ritmos mais ou menos desconhecidos. Os sóbrios, aos alcoolizados, aos viajantes dos fumos que por lá passam e de tudo o mais, une adolescentes e gente vivida, todos num mesmo recinto, cantando num coro emocionado.
Um concerto, quando é bem executado, quando os que estão no palco amam aquilo que estão a fazer e isso se consegue sentir a cada segundo, a qualquer distância do recinto é um momento de comunhão extraordinário.
Tudo o que sentimos quando soa a nossa música favorita e as 10.000 pessoas que ali estão a cantam todos juntos, num coro que se eleva sem amplificação e se mistura com as vozes do palco, momentos desses são inesquecíveis e a única coisa capaz de explicar as horas que aceitamos passar de pé, as filas intermináveis para a cerveja ou as inarráveis casa de banho dos festivais!
Ontem no Nght & Day nos jardins da Torre de Belém sentiu-se tudo isso quando os The XX subiram ao palco. E foi realmente um concerto brilhante, com uma plateia rendida desde o primeiro momento e uma banda feliz em palco.
Mas houve mais, houve muita e boa electrónica de John Talabot ao DJ Set do Jamie XX e a noite a fechar com James Murphy.
E houve gente bonita num cenário coroado pela torre de Belém. Portugueses, mas também muitos estrangeiros, numa noite morna de primavera.
Há concertos que guardaremos na memória. The XX será um deles!
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