Penteia-te e mete os brincos. Não cirandes o dia inteiro de
pijama pela casa. Passa da cama para o sofá com alguma dignidade. Veste-te como
se fosses de facto a algum lado.
Sai e bebe café. Lê os jornais. Cumprimenta as pessoas em
quem tropeças na rua como se estivesses num tempo livre, e não demasiado livre
das restrições do tempo.
Passa um a hora por dia a enviar currículos para emails
entupidos e a magicar soluções de vida descabidas.
Não te lamentes, não tenhas pena de ti. O mundo não precisa
de mais vítimas.
Encara a crise pessoal como uma oportunidade. Reavalia-te
todos os dias, agradece o que não te falta.
Não vagueis sem rumo – passeia.
Não poupes – torna-te sustentável.
Não desejes o que não podes ter – conforma-te.
Não olhes para o passado – não há culpados.
Foca-te em pequenas tarefas – mexe-te.
Não leias livros de auto-ajuda. Enjoa tanta conversa
positivista.
Desiste de procurar aquilo que apenas se encontra.
Tem fé. Não sejas cínica.
Aceita a perda de controlo, a falta de plano, a
imprevisibilidade dos dias.
Cria essência da inutilidade das horas, das conversas vazias
e da virtualidade das coisas.
Encara o mundo em mudança, aceita mudar com ele.
Aceita.
Corre e prepara-te.
Podes tropeçar em algo que necessites de correr para apanhar…
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