quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Geração em saldo

È já uma banalidade nos dias de hoje. Revistas publicam, as televisões ocupam horários nobres com reportagens, enfim, o assunto está na ordem do dia. O que não significa estar na ordem de trabalhos de quem de direito.

Muito se especula sobre a crise económica que se atravessa no momento, a fraca produtividade das nossas empresas, da necessidade ditada pela união europeia de aumentar o número de licenciados, mas o certo é que os números não mentem.
Em Portugal, formam-se pessoas para as “largar” num mercado de trabalho estagnado inerte e pouco preparado para receber pessoas que pensam, que tem iniciativa e conhecimentos.

Também é verdade que muitos licenciados saídos directamente das universidades e politécnicos não possuem as qualidades acima mencionadas e talvez por isso também não consigam avançar.
O que se passa de errado afinal?

Teremos um sistema de ensino nivelado por baixo? Que nos prepara de forma deficiente esperando apenas que os alunos interiorizem um determinado número de teorias mas não os incentivando a pensar?
Será esse um dos erros crassos provocados pela sangria desatada de qualificar pessoas para não sermos mais um número na cauda da Europa.

Será outro erro a não previsão das flutuações de mercado e das necessidades reais do pais?
O que faz com que exista um número desmesurado de cursos e variações de cursos que formam centenas de pessoas todos os anos e que se sabe à partida que não se traduzem numa oportunidade real de trabalho?

È culpa do aluno que se deixa guiar pelo sonho de prosseguir a sua área de eleição mesmo perspectivando que terá um futuro difícil, ou das autoridades responsáveis que permitem que se continue a escolher mal?

O cenário traçado esta semana na Visão, já traçado há poucas semanas na TVI, é só mais uma reportagem para as pessoas adensarem conversas nos cafés. Para a semana o tema de capa será outro.
E nós, os Jovens licenciados ou não, com recibos verdes, com contratos de trabalho fictícios ou simplesmente a dar um jeito em qualquer lado para não estarmos parados em casa, nós os Jovens que não podemos comprar um carro, já não sonhamos com aquela viagem ao estrangeiro e aguentamos mais uma estação aquela peça de roupa já coçada pelos anos, nós os Jovens que ainda telefonamos ao pai a pedir para depositar mais uns euros que este mês as contas lá de casa foram maiores do que o esperado vamos continuar a sentir todos os dias as mesmas dificuldades.

A instabilidade e a frustração são impossíveis de contornar.

Para mim, projecto coisas para o futuro. Acredito que esse projecto possa funcionar.
Mas se por algum motivo esse projecto não avança ou fica parado no tempo pelos constrangimentos da burocracia e da complicação dos requerimentos e avaliações, o que me sobra neste panorama actual?

Na agenda... este ano promete





11 de Maio - Aula Magna



Mal posso esperar!



http://flyingclubcup.com/ (o site é delicioso, e cheio de videos!)

Dia 24 de Julho, no Festival Musicas do Mundo de Sines http://www.fmm.com.pt/!

Por este ainda me custa mais esperar!!

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Esta semana...

A viagem espiritual por um pais exótico, a descoberta da confiança perdida entre pessoas cujos laços se quebraram com o tempo. Tudo isto num tom de humor subtil, sem piadas fáceis nem estereotipadas.

Já fui à biblioteca buscar um livro de Ian McEwan… curiosidade.
O filme, tem altos e baixos acho eu.
Às vezes demasiado lamechas outras, demasiado tempo perdido em contemplações poéticas que pouco fazem avançar a história.
Mas gostei do argumento.


Vimos este filme umas horas antes da cerimónia dos Óscares.
Não sei se estávamos a adivinhar… Mas a estatueta para melhor filme do ano, melhor actor secundário, melhor argumento adapatado e melhor realizador foram parar às mãos dos que ergueram este filme.

Não é de fácil “digestão”. Não tem banda sonora (!?), há muito sangue e uma história que se desenrola pelas areias quentes das cidades de cowboys.

Ainda não consigo perceber de gostei do filme, o que deve ser bom. Porque continuo a pensar nele, dia após dia a tentar perceber.

Talvez o melhor filme não seja aquele de que gostamos incondicionalmente, mas aquele de que nem gostámos muito mas não conseguimos esquecer.




Alguém me disse que eu ia ter medo... muito medo de ver o filme, mas afinal nada! Não se confirmou o terror da sugestão. Mas o filme é bom e sugestivo…

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

1º Concerto da 6ª edição do Jazzfest Portalegre -Quarteto de Júlio Resende

P.S. O brinquedinho novo também faz videos!ihihih :)

Começou hoje! 6ª edição do Portalegre JazzFest


Entre a chuva e o sol...


Hoje à tarde lá para os lados do Crato!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Manhas frias de Inverno






Portagem e Marvão


P.S. Agora tenho um brinquedo novo, é por isso que não me canso de tirar fotografias daquelas só porque apetece e o telemovel está à mão :)



Miss Mia Wallace

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Se o meu nome tivesse realmente alguma influência na pessoa que eu sou, eu seria assim!

What Ângela Means



You are very intuitive and wise. You understand the world better than most people.
You also have a very active imagination. You often get carried away with your thoughts.
You are prone to a little paranoia and jealousy. You sometimes go overboard in interpreting signals.

You are deeply philosophical and thoughtful. You tend to analyze every aspect of your life.
You are intuitive, brilliant, and quite introverted. You value your time alone.
Often times, you are grumpy with other people. You don't appreciate them trying to interfere in your affairs.

You are friendly, charming, and warm. You get along with almost everyone.
You work hard not to rock the boat. Your easy going attitude brings people together.
At times, you can be a little flaky and irresponsible. But for the important things, you pull it together.

You are relaxed, chill, and very likely to go with the flow.
You are light hearted and accepting. You don't get worked up easily.
Well adjusted and incredibly happy, many people wonder what your secret to life is.

You are usually the best at everything ... you strive for perfection.
You are confident, authoritative, and aggressive.
You have the classic "Type A" personality.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Fim de tarde em Fevereiro...



Nunca me esqueço de como é bonito o fim de tarde nesta praia.
Tempos houve em que passava aqui os meus dias de Verão num delicado limbo, entre dias de trabalho duro e pura transgressão de regras.
Na altura tudo parecia mais grave do que o que me parece hoje. À distância do tempo que passou, as minhas incertezas pueris, as asneiras deliberadas que fazia, o mundo criado por mim não passam de um ilusão distante.

Nada do que eu imaginei naqueles dias passou a existir.
Lembro de tarde passadas em biquini, de me sentar numa esplanada virada para o mar a comer melão com presunto e vinho verde. Tive alturas em que fui presunçosa. Mas para mim era completamente indiferente.
Era tudo uma grande ilusão, nada absolutamente nada pertencia a um mundo sano.
Havia sempre algo mais em mim. E eu achava que ia continuar assim para sempre, que eu ia crescer e continuar a depender de sensações induzidas e inventadas. Achei que poderia me satisfazer através de sensações exteriores a mim.

Estamos em Fevereiro e sol brilha como numa qualquer tarde de Verão.
Fixei o olhar bem lá ao fundo até ao topo da serra da Arrábida. Depois fechei os olhos, vi-me por ali.

Passou já tanto tempo que nem pareço eu.
Era apenas um esboço de mim…

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Tom Waits - Make it rain

Apetece-me mesmo ouvir este senhor em altos berros!

Eastern Promises

A dupla David Cronenberg e Viggo Mortensen que, já anteriormente nos havia apresentado A History of Violence, realiza neste Eastern Promises uma espécie de sequela ou seguimento de temática.
A History of Violence é um filme cru, estudámo-lo numa aula de Escrita Criativa por se poder considerar que a sua “Timeline”, ou o seu guião tem uma estrutura clássica bastante demarcada, é possível descrever com precisão temporal em que ponto do filme estamos, qual é o plot inicial, quando é que o herói e desafiado, quando é que ele aceita a aventura e por ai a fora.
Mas para além desses pormenores estruturais e de teor apenas estilístico, A History of Violence é isso mesmo, uma história recheada dos instintos mais básicos do homem. Viggo Mortensen é ai o anti-heroí. Ou o herói que põe em causa a nossa maneira de abordar o bem e o mal, porque gostarmos dele sem perceber o seu passado, e no fundo achamos que para lá da história a sua personagem merece um futuro longe daquela pessoa que já não é ele.

Em Esastern Promises Viggo Mortensen reenventa Tom Stall da parceria anterior, dá-lhe um ar ainda mais sombrio e desligado, cobre-o de uma misteriosa calma e frieza, cria em nós uma ambiguidade de sentimentos ainda mais profunda.
Não o percebemos num certo cenário mafioso, mas também não o encaixamos num mundo real fora das máfias russas e seus bordéis cheios de escravas do século XXI.

Se em Spider (2002) Cronenberg optou pela criação de mundos paralelos, surreais e de algum modo do absurdo, nos dois títulos acima fez claramente uma regresso aos elementos mais básicos, á linearidade da história e aos argumentos capazes de nos prender pela crueza dos temas.
“A History of Violence” e Eastern Promises poderiam perfeitamente ser as duas primeiras partes de uma qualquer trilogia.
Falta então a terceira parte.



Juno

Leah: Dude, I think it's best to just tell 'em.
Juno MacGuff: I'm Pregnant.
Bren: Oh, God.
Juno MacGuff: But, uh ah, I'm going to give it up for adoption and I already found the perfect couple, they're going to pay for the medical expenses and everything. And and what ah 30 or odd weeks we can just pretend that this never happened.
Mac MacGuff: You're pregnant?
Juno MacGuff: I'm sorry. I'm sorry... And if it is any consolation I have heartburn that is radiating in my knee caps and I haven't taken a dump since like Wednesday... morning.
Bren: I didn't even know that you were sexually active.
Juno MacGuff: I, uh...
Mac MacGuff: Who is the kid?
Juno MacGuff: The-the baby? I don't really know much about it other than, I mean, it has fingernails, allegedly.
Bren: Nails, really?
Juno MacGuff: Yeah!
Mac MacGuff: No, I know I mean who's the father, Juno?
Juno MacGuff: Umm... It's Paulie Bleeker.
Mac MacGuff: Paulie Bleeker?
Juno MacGuff: What?
Mac MacGuff: I didn't think he had it in him.

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Vanessa Loring: So... How are we going to do this?
Juno MacGuff: Uh, aren't I just gonna, ya know, squeeze it out and, hand it over to you?
Gerta Rauss: Mark and Vanessa are willing to negotiate an open adoption...
Mac MacGuff: What do you mean?
Juno MacGuff: Wait... No! I mean, can't we just, like, kick this old school? Like, I have the baby, put it in a basket and send it your way, like, Moses and the reeds?
Mark Loring: Technically, that would be kicking it Old Testament.
Gerta Rauss: ...So, we all agree that a closed adoption is the best decision for all involved?
Juno MacGuff: SSHHIT! YES! Close it up!
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Vanessa Loring: Your parents are probably wondering where you are.
Juno MacGuff: Nah... I mean, I'm already pregnant, so what other kind of shenanigans could I get into?
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Juno MacGuff: I need to know that it's possible that two people can stay happy together forever.


Andava com muita curiosidade de ver este filme. Desde os ecos que surgiram já na recta final do ano passado. Marcou presença no Festival de Roma, saiu de lá com o galardão de melhor filme do festival, ganhou outros tantos prémios e está agora lançado aos Óscares com 4 nomeações, Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actriz Principal e Melhor Argumento Original.
Nomeações de peso para um projecto “Índie” que conquistou o grande publico pela sensibilidade da história, pela perícia dos seus diálogos e pela forma descontraída com que discorre sobre um tema tabu em muitas sociedades, a gravidez na adolescência.
Sem falsos moralismos e histerias, sem dramas ou tragédias. Esta é a história de como uma menina ultrapassa com dignidade uma dura etapa da sua vida, a gravidez aos dezasseis anos. Consegue ter essa criança e fazer uma mulher infértil feliz e ainda encontrar o amor no final.
Não existem coisas a mais neste argumento, o “plot” deste filme está nas primeiras linhas e a partir dai segue o seu rumo natural em tom de comédia contida.
Não pretende propriamente nos fazer rir, mas as suas personagens são de tal modo estilizadas e sarcásticas, começando em Juno, passando pelo casal eleito par “doar” o seu filho até ao verdadeiro pai da criança, tudo se encaixa num ambiente meio Kitsch de cidade perdida algures num desses estado de que ninguém se lembra mas que poderia ser a realidade da nossa rua.
O genérico inicial e a banda sonora são de apontar como exemplos de bom gosto que pauta este filme.
Soube bem vê-lo, e soube bem não me sentir defraudada depois de tanta expectativa.


Nostalgias...

24 Anitos com tantas coisas para me lembrar…
Nem sei se gosto de fazer anos. É um misto de tristeza por ver o tempo a passar e de esperança que essa passagem do tempo me traga algo de novo, de bom.
Era bom que crescêssemos com os aniversários e não fosse preciso outras rupturas.